terça-feira, 30 de junho de 2009

Teatro

Rostos ávidos por novidades, o que há de vir? o que será?
Subiram as escadarias do teatro nesta tarde fria de inverno, que os levariam a descoberta de um mundo novo e infinito: o atrium onde personagens da peça em suas roupas coloridas que se destacavam entre o clima da tarde e as escadas escurecidas, com seus instrumentos cheios de fitas coloridas, d onde ecoavam sons animados de ritmos brasileiros.
Eu contemplava tudo ao pé da escada, até o último desbravador de 3 anos, último da sua turma a entrar, aliviado por galgar tão alto desafio... e como um prêmio a esta vitória, ao deparar-se com a cena, sacudiu o corpinho salão adentro, dançando alegremente rumo a platéia, junto aos seus amigos da escola.
Pequenas e significativas descobertas de um mundo novo e imenso aos seus olhinhos brilhantes como águas calmas a luz do sol... uma semente que germina de uma consciência que evolui.
Subi então, sorvendo o espaço e a energia de todos os que com ele passaram ao mesmo tempo, e de todos os que passaram em outros tempos, outros momentos, outros sons.Sons que eu mesma reproduzi naquele velho piano da sala de espetáculos, de alunos de outros tempos, hoje já formados, das risadas de minha mãe, tão esperada em cada peça teatral...
Não resisti: segurei as mãos da dançarina de roupas coloridas, e ao som de uma música tradicional nordestina bem batucada, saimos rodopiando pelo atrium.
A emoção foi inevitável, o sorriso e o carinho também... O grupo da Companhia Teatral do casal Rick e Kelly faz 25 anos, e eu os acompanho em todas as suas peças infantis, contagiantes para meus alunos de 3 a 6 anos.
A peça faz uma trajetória desse tempo.No palco uma bela e animada orquestra com percussão nordestina, que de nossas mãos arrancava aplausos e batuques ritimados.
Ao entrar na platéia, ouvi meu nome ser chamado por outras crianças, ex alunos que passaram por minha escola, e senti seus abraços de carinho, saudades e gratidão recíproca... Convivemos!
O tempo passa! É preciso sorvê-lo e deixá-lo passar.
Para os pequenos de agora, cenas que não serão esquecidas de momentos inesquecíveis da infância e das descobertas. Eu os observava com encanto, quando a bailarina de roupas coloridas, de mãos dadas com seu marido e sua filha que vi nascer- hoje atriz que desponta - um sonoro "Rita eu te amo", entre um largo sorriso e um narizinho vermelho, estrategicamente aumentado pela maquiagem.
Minha alma que já levitava diante de tudo, agradeceu como que do alto do palco, a todos os espetáculos de teatro que vivi desde a minha própria infância até hoje, incluindo todos os que participei levando os alunos da escola.
O que é bom, dá voltas ao mundo e se eterniza, retornando num momento único que traduz o infinito de viver...
Aplausos!
Um toque suave em seu coração!
Rita Corroul.

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